terça-feira, 24 de abril de 2012

Seleção e Censura em Bibliotecas


Em 1987, Waldomiro Vergueiro escreveu um artigo sobre a censura nas bibliotecas. Neste o autor relatou as lutas dos bibliotecários contra esta prática, e explicou a diferença entre a seleção e a autocensura, e sobre a importância de implantar uma política de desenvolvimento de coleção, o que impede que estas sejam formadas com base na capacidade intelectual, valores éticos e preferências pessoais de apenas um profissional, ou seja, previne que essas políticas se estabeleçam com censura.
O artigo foi escrito numa época pós-Ditadura e Diretas Já, onde o peso da censura ainda feria àqueles que trabalhavam a favor da liberdade de expressão e que ansiavam por possuir e proporcionar o livre acesso à informação.
Após quase 30 anos de democracia, os bibliotecários não temem mais a censura, pois estão assegurados em leis que lhes garantem total liberdade. Mas pior do que a censura externa é aquela que esta enraizada no caráter do profissional e guia suas percepções e atitudes.

Por isso o bibliotecário deve fazer uma análise de suas práticas de seleção, e observar se a rejeição de determinados títulos está estabelecida em uma política fundamentada em alcançar os objetivos da biblioteca, e suprir as necessidades informacionais da comunidade que serve, ou se esta é fruto de pré-conceitos contra o assunto ou autor, ou até mesmo em relação à capacidade dos clientes em determinar o que querem ler e em transformar a informação que receberam em conhecimento benéfico a si mesmo e à sociedade.

Link para o artigo citado:

Links para blogs e vídeo relacionado:

Ana Eliza e Damaris


5 comentários:

  1. Sem dúvida alguma, a censura ao bibliotecário é um fator preocupante para a realização de seu trabalho. Isto afeta a qualidade dos serviços prestados e o alcance que o profissional, um mediador da informação, pode ter aos usuários que beneficiam-se desta mediação para encontrar o material ou informação desejados.
    Gostei muito da palestra que fala sobre censura e lembrei de um filme muito bom, de 1956, intitulado "O despertar das tormentas" que trata da censura na biblioteca. Uma bibliotecária americana (Bette Davis) deve remover um livro sobre comunismo de sua biblioteca por ordem de seus superiores, no entanto, ela acredita ser isto uma censura absurda e recursa-se a tal feito. A cena de abertura do filme está disponível no You Tube, no link: http://www.youtube.com/watch?v=IzLJowl7-t4. Vale a pena conferir!

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    1. Comentário do texto:



      O tema censura no desenvolvimento de coleções é polemico e interessante, e as razões que leva essa pratica são diversas, sendo a política, moralidade, ideologia, religião e cultura. Porém proibir as pessoas de ter acesso à informação é uma prática que causa desconforto, ler, ver e ouvir é um direito conquistado pelo cidadão, e não podemos vetar esse direito.Quase trinta anos que a prática da censura foi abolida, hoje os bibliotecários têm as leis como seu alido, e podem exercer sua função com liberdade.Portanto nos dias atuais muitos profissionais vivem recordando o passado, quando agem de maneira egoísta e preconceituosa, ao rejeitarem títulos considerados pela minoria pobre e de péssima qualidade. Em outra situação a própria mantenedora não adquire algumas coleções por considerar contraria as suas tradições. A censura faz parte do passado, não podemos ter preconceitos em relação autor e editora, e também com praticas absurda de trancar livros e periódicos, essas atitudes desfigura o papel do bibliotecário como mediador e orientador da informação.



      Data do comentário: 04/05/12

      Horário: 14h
      Aluna: Zildazene Almeida Novais Honorato

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  2. Com o início do meu TCC, tenho lido muitos artigos sobre censura em bibliotecas.
    Vale ressaltar que essa questão também é abordada em outros países.Entre muitos artigos, indico um em especial.Vale a pena conferir o depoimento sobre "A censura nas bibliotecas" do bibliotecário, Henrique Barreto Nunes
    http://nortebad.wordpress.com/2009/04/17/a-censura-nas-bibliotecas/
    Henrique também mantém um blog http://henriquebarretonunes.blogspot.com.br/

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  3. Censura ainda é um assunto polêmico, e apesar de profissionais bibliotecários, parece que sempre estaremos em dúvida se estamos selecionando corretamente à informação para nossos usuários e não os privando de informações, talvez, relevante. Temos que ter bom senso e nos atentarmos para não censurarmos notícias ou imagens que não achamos relevantes ou interessantes.
    Falando em censura, não tem como não lembrar do clássico "O nome da Rosa" de Umberto Eco, filme que trata da história ocorrida no século XIV em 1327 em um Mosteiro Beneditino Italiano que continha, na época, o maior acervo Cristão do mundo e que poucos monges tinham acesso autorizado, devido às reliquias arquivadas naquela biblioteca. No link, segue a resenha do filme: http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdefilmes/249488


    Vanessa S. Silva

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  4. Muito pertinente esta seção/post. Realmente o pior tipo de censura já descrito por VERGUEIRO (1987), é a auto-censura. Infelizmente os profissionais da informção não possuem e não efetuam nenhuma política de seleção de fato. Pergunte a algum Bibliotecário se ele conhece as 4 Dimensões de Miranda os os 5´Níveis da ALA? Creio que não. E infelizmente se torna cada vez mais comum. Nossa política de seleção nem ao menos tange o processo de prospecção, dando entrada somente as doações espontâneas e as sugestões de compra pelos usuários. Creio que está mais do que na hora de repensarmos nosso fazer bibliotecário e nossa postura não só na seleção, mas em todos os processos que tangem nossa profissão e exigem nossa Ética. Também fiz um artigo denominado a Censura à informação no âmbito Biblioteconomico. Simone, depois me passe um e-mail que lhe envio. Creio que vá acrescentar bastante em seu TCC.

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